hoje é sem blablabla.
toma um golinho de café e vem ler o volume 6 de textinhos. 🫶🏼
Sobre coisas que nunca acabam
Por Gabriel Goes
Prólogo Você quer saber tudo o que eu sinto por você? Já contemplou o infinito? Às vezes, eu sim Tem toda a dor do universo Mas tem todo o amor também Parte I - Nada acaba Nada acaba, meu bem Nada nunca acaba Eu já fui muitas versões de mim Com as mais diversas incertezas Só que dúvidas que perduram tempo demais Acabam se transformando em certezas Você é a minha melhor história de amor É a pior coisa de todas É a melhor coisa de todas A que eu transformaria num filme clichê Cheio de encontros e desencontros Pra alguém assistir num fim de domingo E reclamar depois O meu sonho adolescente A melhor visão da minha juventude A manifestação física do meu sentimento mais intenso A outra metade que Zeus arrancou de mim O amor da minha vida Eu amo teu sorriso E te amar é uma coisa difícil Eleva meu estado de ser E abre o medo que nunca senti por ninguém Medo de te perder Eu vejo uma miríade de coisas na minha cabeça Eu vejo filmes de romance O que eu queria mesmo era ver você antes do pôr-do-sol O azul do céu O sol banhando teu rosto Iluminando tudo aquilo que eu tentei enterrar Eu sei que só vou estar completo quando tiver você Mas é esse o ponto: eu sempre tive Pelo menos aqui dentro Nos meus pensamentos Parte II - Nada nunca acaba Nossas almas pertencem lado a lado junto ao infinito Eu sei disso A eternidade sussurra no meu ouvido E é a tua voz que eu escuto As horas passam, levando os anos embora E talvez a melhor hora não seja agora E talvez tenha outras pessoas pelo caminho O que é me conforta é que Algumas coisas nunca acabam Seria bom se de vez em quando as coisas acabassem Eu te procuro em todo canto Não é justo viver com esse buraco permanente Da falta dos teus instantes Que enchem o meu espírito Espero um dia ser capaz de fechar esse ciclo Esse poema era pra você se apaixonar por mim De novo, e de novo Mas quem acaba se apaixonando mais sou eu De novo, e de novo Ontem, hoje ou amanhã Onde quer que seja Epílogo Te miro sob os olhos infinito Quando fecho os meus E no infinito eu só encontro você De novo, e de novo
A verdadeira história do Inverno indo embora
Por Clari Magalhães
Havia muito barulho e uma movimentação enorme no jardim de Perséfone. Algumas flores voavam com o vento e faziam o mesmo caminho que uma adolescente de quinze anos fazia, enquanto corria às gargalhadas.
— Volte aqui, Ivy!
— Deixe-me em paz, Vera! Por favor!
Mas Vera simplesmente adorava pirraçar seu crush supremo, o doce e reservado Inverno. Ela corria enquanto soprava-lhe flores e mais flores, e Ivy tossia com tanto pólen ao redor de seu nariz. Não é como se Ivy não gostasse dela. Vera era uma hippie cheia de flores na cabeça, trajava um vestido de seda branco e o cabelo parecia estar sempre voando através dos cachinhos que, embora não fosse dizer em voz alta, eram um amor. Vera então jogou-se por cima do magrelo do Ivy no meio do gramado.
— Opa, desculpa!
E então, ela soltou uma risadinha.
Ivy tentou não se concentrar no quanto Vera era cheirosa, mas foi bem difícil com toda aquela situação. Ele limitou-se a desviar os olhos para outra direção.
— Por que você tem sempre que ir embora, Ivy?
— Porque é assim que tem que ser.
— Não tem não. Você pode ficar.
Vera esboçou um sorriso e covinhas apareceram.
— Acho que nunca lhe disse, mas adoro seu cabelo azul.
— Você disse isso cinco minutos atrás.
— Foi mesmo?
— Foi.
— Fica mais, Ivy, por favor.
— Já disse que não posso.
— E se eu lhe der uma flor azul?
— Vera, não começa...
— Por favorzinho!
— Vera, sai de cima de mim, eu tenho que ir embora.
— E se eu lhe der um beijo?
— Vera....
— E se eu colocar um batom azul?
— Vera… Está... me... sufocando...
Os olhos de Vera estavam perigosamente perto.
Ela havia se esparramado na barriga de Ivy.
— Ivy, só mais um pouquinho...
— Já... disse… que… não posso!
— Por quê?
— Pólen! Alergia! ATCHIM!
Metáforas
Por Rigel Castelo
Meu amor. De todas filosofias e alegorias eu sempre repeti a mesma, tentando convencer ninguém além de mim mesmo, que o amor era fogo. Intenso, bruxuleante, queimando forte, podendo ferir ou aquecer. Água. Enquanto a chuva corria no meu rosto eu percebi: Meu amor nunca foi fogo. Meu amor é água: Meu amor não queima e não arde, apesar de intenso. Ele sacia e acalma. Mas as vezes transborda e afoga. Água limpa, assim como um banho, de feridas passadas e relacionamentos imundos. Refresca no calor e esquenta no frio, como um chá. Meu amor vem em diversas formas, como uma chuva ou uma tempestade, pode ser água ou pode ser gelo. Pode ter até diversas formas, a depender de onde eu colocar. Água, tem pessoas que acham água sem graça, tem pessoas que se esquecem de beber, tem pessoas que até gostam, mas ficam saciadas e não querem mais. Meu amor pode ser um oceano atormentado ou pode ser um grande lago, ambos cheios de vida. Água é isso, mas agua é aquilo também. Água seca. Sempre foi assim, sempre vai ser. Água ajuda meu lago sobreviver, porém toda a chuva faz minha água evaporar e eu temo pelo dia que eu vá encontrar apenas uma cratera. Meu amor é água. E a maior ironia é eu não conseguir entender por que eu tenho tanta sede.
that's a wrap. nos vemos no dia 26 de agosto, pontualmente às 09h09, na sua caixa de entrada. até lá!